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"Fazer poesia, eu sinto apenas isso, dar ordens à um exército para conquistar um império extinto." Paulo Leminski.

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


 O remédio é a educação básica ou as faculdades?


"Nós sabemos sem sombra de dúvidas que um caminho, do ponto de vista de sua perenidade, mais que outros, tem o poder de assegurar o acesso das pessoas a igualdade de oportunidades: é a educação. Igualdade de oportunidades é uma situação em que, em um país, há garantia para todos os cidadãos de acesso a todas oportunidades, seja qual for sua origem, gênero ou raça". Esta é uma afirmação da presidente Dilma Rousseff que, no entanto enfrenta um grande paradoxo, já que o Brasil obteve a penúltima colocação no ranking de qualidade de educação, além de ser perceptível a falta de interesse e cultura da população.
Porém, como um país que tem um dos salários de professores mais baixos do mundo, além de ter um péssimo investimento em educação e saúde pode querer ter uma boa reputação em comparação com países como Finlândia, Coréia do Sul, Holanda, ou Grã-Bretanha, cujas aplicações governamentais em tais setores são admiráveis. Um forte exemplo, e muito divulgado, é o da Grã-Bretanha, na qual o NHS (National Health Service), equivalente ao SUS do Brasil, no entanto com apenas uma diferença: não é necessário ter um plano particular de saúde para “sobreviver” no caso de uma drástica, ou simples doença. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) os investimentos bancados pelo governo para melhorar o NHS varia em torno de 83%, já o do Brasil chega a 44%.
Em um de seus depoimentos Dilma “apela” para os pais, dizendo que eles devem incentivar os filhos a ler e escrever. Porém há uma pergunta que não quer calar: Como cobrar incentivo à cultura, se os próprios pais não detêm da cultura necessária para tal estímulo?
Outro “produtivo” estímulo, no entanto, este direcionado aos jovens, são as Cotas, as quais encobrem o real problema, que se encontra na alfabetização, o início da “grande bola de neve”.
Há quase um ano atrás, durante uma aula de história a qual tinha como tema ditadura militar, acabamos, eu o professor e mais alguns alunos, iniciando uma discussão sobre a péssima qualidade de ensino no nosso país, e depois uma pergunta feita por mim: Mas por que a falta de investimento no ensino básico e exagero em faculdades, graduações, em fim, na formação final? Obtive a seguinte resposta, que com certeza me fez entender o interesse do nosso governo: Diga-me uma coisa, quantos anos um aluno que está 1° ano demora para chegar na faculdade? Pelo menos 11 anos, e quantos anos um presidente pode ficar no poder? No máximo 8 anos. Mesmo que esse presidente investisse em educação básica logo no início do seu mandato, ele não colheria o prestígio e reconhecimento da população, já que o próximo presidente estaria no comando quando os resultados começassem a aparecer, ou seja, é muito mais cômodo investir em um lugar que lhe dará supostos resultados, sendo ele as faculdades formando, em alguns casos, profissionais sem qualidade.
Infelizmente a realidade é pouco saudável para a educação, sendo necessária a mobilização da nossa sociedade para lutar por algo que trará bons, e reais, resultados, sendo os problemas encarados e solucionados, sem serem cobertos por um suposto “remédio” que entregaria as vantagens a meia dúzia de pessoas, para desfrutarem em barcos, hotéis e casas de luxo, em quanto 99,9% da população sofre as consequências.  

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